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Mulher, mãe, psicopedagoga... tantas e uma só! Única, como todas nós. A educação é paixão e auxiliar famílias nessa jornada sempre foi um prazer.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Terapia

Roberval e Geni se casaram há uns quinze anos atrás, tudo como mandava o figurino: igreja, padre, juiz de paz, recepção, bolo, espumante, véu, grinalda, chuva de arroz e noiva virgem!

Na rotina de horas-extra do marido, que aumentava a cada dia, Geni percebeu que seu casamento poderia ter um outro elemento - não menos tradicional - a OUTRA. E foi escarafunchando os bolsos da calça dele que lhe veio a confirmação: o famigerado bilhetinho apaixonado de Marcelina.

Não era o dia do Roberval. Tinha que ser no mesmo dia em que ele que passou um apuro danado, quando saiu da casa de Marcelina às pressas, desviando das coisas que ela atirava nele e com o ultimato para que só voltasse lá depois de se livrar da esposa?

Parecia que o mundo ía ruir. A amante que resolveu pôr tudo a perder (aquela insensível!) e a esposa aos berros, fazendo o relato de toda a história do casal: desde o primeiro beijo, o altar depois de três anos e cinco dias de namoro e dois anos e quatro meses de noivado, os três anos e duas semanas de casamento...

Geni jurava que a história com a tal rapariga já era antiga, mas ele a convenceu (sabe Deus como) de que era recente. Ela chorou, mas acabou dormindo como um anjo.

No dia seguinte, acordou disposta a salvar o casamento dessa crise. Foi aí que sua prima de segundo grau lhe indicou a Doutora Cecília, especialista em terapia de casais, para mediar a reconciliação.

Roberval não sabia se era mais difícil encarar as tais consultas onde a esposa ficava tentando descobrir "onde tinha errado", ou as horas que passava com Marcelina. Bem que ele tentava "explicar" para a namorada que "logo" deixaria a esposa, que só não o tinha feito ainda porque ela era muito nervosa e estava em tratamento psicológico, tão grave que ele tinha até que acompanhá-la na terapeuta (ele nunca abriria o real motivo dos encontros semanais no consultório).

Parece que a Doutora era profissional de verdade!

Marcelina, pobrezinha, ainda chora as saudades de Roberval... mas Geni parece nem lembrar que já foi casada quando vai pra gafieira nos sábados à tarde.

O Roberval? Ah! Roberval está curado... é de-casa-pro-trabalho e do-trabalho-pra-casa!
A Doutora, digo, Dona Cecília nunca teve uma só queixa do marido... e olha que já vai fazer onze anos de casamento mês que vem.

2 comentários:

Michael Genofre disse...

A propaganda é a alma do negócio! kkkkk Depois de seu recado no orkut, eis eu aqui!

Buenos, entonces ao ler a sua postagem, veio-me imediatamente uma crônica do Nelson Rodrigues...

Nessa crônica, a amante permite o duplo relacionamento, desde que jante com ela todos os dias. E a esposa, também permite as andanças do marido, desde que jante com ela todas as noites. Resultado: o marido se matou, mas antes escreveu com sangue na parede... "morri, por não suportar mais jantar duas vezes todos os dias"....

Seu blog está a cada postagem mais interessante!

Beijos!!!!

Queisse disse...

Me lembro dessa crônica... A-d-o-r-o!
Nossa... meu texto nem chega aos pés desse "mito"!!!
Que bom que está gostando, Micha!
Contiunue passando por aqui... adoro seus comentários!
Beijos